Paulistanóide
A cidade me controla
Com seus olhos de janela
Não consigo pular fora
Isso aqui parece cela
Dou uma bola e cruzo os nóias
Desço a rua na banguela
A cidade me seduz
Eu vou namorar com ela
Raras luas, ruas cheias ou desertas
São poetas, suas fontes são seus guias
É preciso feriado prolongado
Pra quem sabe então ficar sozinha
Quando desce o avião é tudo já periferia
Que inflou feito um balão
E perdeu a fantasia
Prisioneiros do relógio e dos carros
São escravos com seus sonhos no seguro
Cada ponto disputado à navalha
As bonecas são meninas no escuro
Quando fico longe um pouco
Parece até que nem saí
A neurose é minha droga
Pra ficar perto de ti
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