Balanço um baio cebruno, aos olhos da escuridão.
Quatro patas retumbando o bombo verde do chão
E um brilho de noite linda pateia a argola da cincha.
Pega meu baio de susto, que negaceia e relincha
Meu avô me disse, um dia, que é bom pra desempachá
Sai nos bagual de noite sem te hora pra volta
Me espera um baile na grota... vou gastar dois pares de bota
Chapéu batido na copa, nazarena e chiripá
Se for de boa cabeça, na volta por minha culpa
Vai trazer, rindo pra lua, uma estrela na garupa
E um brilho de noite linda, pateando a argola do laço
Sera meu bai cebruno, sabendo tudo que faço
O jeito antigo de espantar bagual de noite
Me levou direito as fontes das morenas do rincão
Se o vô me disse, quem sou eu pra duvidar
Dessas coisas de domar o velho sabe as lição
Xergão surrado, Paysandú, pelego e braço
Na certeza do laçaço, a coragem meu irmao
Balanço um baio cebruno, aos olhos da escuridão.
Quatro patas retumbando o bombo verde do chão
E um brilho de noite linda. pateando a argola do laço
Sera meu bai cebruno, sabendo tudo que faço
A mesma espora que eu passeio nas tropilhas
São essas que fazem trilha no embalo do cantador
E desde cedo seguem as botas de garrão
Cutucando redomão no ofício de domador
Chapéu tapeado, cabresto torcido
Bocal de couro benzido com as reza de corredor