Vou, vou, vou voltar
Prá casa de novo
Eu tivo que vir só
Não pude trazer você comigo
Às vezes eu me sinto
Um exilado político
Por ser um gabirú
Não tão lesado assim
Gabirú, gabirú, gabirú eh!
Vou, vou, vou voltar
Prá casa de novo
Troquei poeira por fuligem
Fiz um pacto em São Cristóvão
O couro da zabumba
Guarda um pedaço
Do dia em que o suor virar alegria
E os olhos tocarem na mãe
Brincando de aliviar
Um pouco do tempo que se foi
A um passo do precipício
A verdade é tão dura
Quanto o azulão contou
E se eu pensar no toque
Valeu a pena
Vale o meu corpo vira-latas
Mais forte do que
Muito homem de pedigree
Vale um copo de cachaça
Pago de maneira decente
Vale a fé que freqüenta
A mitologia gerimum
De Padre Cícero a Frei Damião
Porque nem a segunda casa
É capaz de sarar
As lembranças do chão
Que me fez
Do chão seco e ingrato
Mas o chão que me fez
Vou, vou, vou voltar
Pra casa de novo