Triste, sozinha, desprezada,
A vi esta madrugada
Sair de um cabaré
Fraca, mostrando que a sorte,
Destruiu todo seu porte
Sem lhe dar vez,
Magra, vestida sem aprumo,
A exibir sem rumo, ( sua nudez, )
Parecia um quadro sem valor,
Mostrando sem pudor, seu corpo sem calor
Eu que a tudo sempre resisti, ( ao ve-la assim, fugi, )
Pra não chorar.
E pensar que há alguns anos, ( foi minha loucura, )
Que levou-me até a traição, ( sua formosura )
Isso que hoje é um cascalho, ( foi a doce criatura, )
Que me fez chorar de amor,
Que perdi honra e nobreza, ( envolvido em tal beleza )
Me fiz mau e pecador,
Que vivi só e sem fé,
Que me teve de joelhos
Sem moral, feito um mendigo,
Quando se foi.
Nunca, pensei que a veria
Perdida, abandonada
Como hoje a encontrei.
Veja, se não é pra suicidar-se,
Que por esse trapo inútil, seja o que sou...
Fôra, vingança cruel do tempo,
Que nos faz ver desfeito, o que se amou,
Esse encontro me fez tanto mal,
Que só por me lembrar
Me sinto envenenar,
Esta noite eu me embriago sim,
Eu bebo até o fim,
Pra não pensar...